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Coluna Moska, Histórias

Quanto dinheiro eu preciso para fumar cachimbo?

Fazer essa pergunta é como perguntar: Quanto dinheiro preciso para andar de carro? Ou, Quanto dinheiro eu preciso para viajar? Mas, na medida do possível, vamos tentar responder essa pergunta.

Como ponto de partida, é preciso saber até onde se quer chegar, tipo: Quero andar de Gol Mil, de Golf GTI ou de Audi R8? Quero ir a Taubaté, Angra dos Reis ou Dubai?

Da mesma forma, existem níveis diversos no mundo do cachimbo, que podem partir de algumas dezenas de Reais e gerar uma experiência que pode ser frustrante, a milhares de dólares que, dependendo das escolhas, pode ser de orgástico, até igualmente frustrante; ainda que se duvide bastante de uma experiência ruim a bordo de um supercarro, no caso, super cachimbo e super tabaco. Tudo está diretamente relacionado ao custo-benefício. Isto é, em adequar as aquisições ao tamanho do bolso, ao quanto se está disposto a gastar em busca do prazer.

Infelizmente a maioria dos cachimbeiros inicia de forma “errada”, quero dizer, gastando mais que o necessário,comprando tabacos que vão queimar a língua, cachimbos com gosto ruim, pesados e com fluxo inadequado. Em geral, as tabacarias que oferecem produtos “in loco” nem sabem bem o que vender e oferecer, desorientando o neófito, que pode chegar até a achar que fumar cachimbo é ruim, desagradável, que é só para “fazer charme”.

E precisamos deixar o “mimimi” de lado mais uma vez, entendendo de uma vez por todas que existe sim diferença entre produtos! Assim como não é possível nem sequer comparar um uísque nacional com um puro malte escocês– ainda que se possa achar alguma cachaça nacional artesanal de qualidade –, comparar tabacos nacionais comimportados, ou mesmo cachimbos – de novo, ainda que existam exceções artesanais –, é quase uma heresia.

Logo, precisamos dividir esses dois mundos, digo, nacionais e importados, e deixarei de lado produtos que eu não recomendo, restringindo somente ao que possa levar a uma experiência minimamente aceitável.

Considerando que estamos em junho de 2018, podemos dizer que uma forma comum de iniciar neste hobby, é adquirindo um cachimbo de madeira nacional, em geral imbuia, produzido em escala industrial pela Bertoldi(Montana), pela Bazzanelli ou pela MB. Para isto, se gasta em torno de R$ 90 e acredite, qualquer coisa de menor valor não vale a pena. Como “material bélico”, diria que um Cândido Giovanella, de preferência comprado a granel, vai “quebrar um galho”. Um pacote de 50g deste tabaco gira em torno de R$ 25. É importante logicamente um BIC (que alguns, com razão, chamam de “Baita Isqueiro para Cachimbo”), escovilhões de limpeza, toalhas de papel e um tumper (aí vale até um parafuso). E digamos que até aqui gastamos em torno de R$ 135 para uma primeira experiência.

Até aqui foi mais ou menos como ir até uma cidade do interior de São Paulo, o que até pode ser chamado de viagem, mas o bom mesmo seria ir para uma praia do nordeste…

Logo, considerando o valor de referência citado, acredito que com um gasto levemente mais alto se tenha uma experiência significativamente superior. Digo isto porque é possível comprar por menos de U$ 10 um Corn Cob da Missouri Meerschaum, diretamente no site do fabricante ou em outros vendedores internacionais. Ainda que o valor de frete para uma peça única meio que inviabilize a compra, é recomendada a busca deste produto em sites como a www.tabacosbr.com que, com frete e tudo,possivelmente custará até R$ 110. E, lhes garanto, trará uma fumada bastante superior, tal como andar de Golf GTI e não de Gol mil. E para mim, esta diferença é quase uma excludente para compra de cachimbo de madeira nacional do tipo industrial.

E caso esta última frase lhe pareça elitista, estamos falando de R$ 20 de diferença. Ou seja, mais ou menos duas carteiras de Marlboro. E meus amigos fabricantes de cachimbos nacionais em madeira nacional que me perdoem. Estou falando de um fato, ou seja, fumar em um Corn Cob original é tremendamente mais agradável que seus produtos de mais baixo custo, aceitando isso ou não;sem contar que nunca vi um Cob quebrar porque caiu, trincar porque aqueceu, ficar com cheiro porque o tabaco era ruim. Ou seja, Corn Cob é o Toyota Corolla do iniciante. Já, o cachimbo de madeira nacional equivale a um Uno, que até “dá pro gasto”, mas carece de cuidados que os mais inexperientes não terão, tal como, amaciar e manter sem “cake”, fumar espaçadamente, lembrar damaça de Newton…

Quanto aos tabacos, dos nacionais que conheço, poderia dizer que o único que me apetece é o Little Whitch, do Hilton (banner no nosso site). Mas estamos falando de R$ 50 mais frete, que vai depender do tamanho do seu bolso e disposição de gastar. O do Dalberto serve, mas quando muito novo (duas semanas), devendo ser mantido na corda, sendo que foi feito para palheiro e não cachimbo.

O próximo nível em se tratando de cachimbos é o que considero o ponto onde me encontro, e cabe a seguinte pergunta, sempre polêmica nos grupos de cachimbo: Nacional de Primeira linha ou importado state (usado)?

Não consigo entender o porquê desta pergunta ser tão inoportuna se é similar à pergunta: Prefere um Golf TSI nacional zero km ou um Audi A3 usado? Prefere ficar num hotel 4 estrelas em Fortaleza um num hostel em Paris?

Conseguem perceber que depende de cada gosto? De cada indivíduo. Que uns vão se contentar com uma coisa, outros com outra e há os terceiros, que, como eu, curtem o que podem dos dois universos: Nacionais bons e importados state.

A primeira linha de industriais nacionais em briar, como Bazzanelli Italy, Bertoldi Maestro são, neste universo, como bons carros nacionais, que dão conta do recado a um custo razoável, que partem de R$ 150 a R$ 300 e entregam o que se espera de um cachimbo novo por este preço.

Já os nacionais artesanais, tipo “hand made” são, em geral, excelentes; e, por mera relação de amizade, citoCachimbos Aguiar (ex-Mancebo) do Rubens, que são peças feitas com um absoluto esmero, capricho mesmo. Estamos falando de peças entre R$ 200, R$ 300, R$ 600 ou até mais, mas que valem sempre cada Real investido, utilizando muitas vezes briar grego, com dias de dedicação em cada peça. Neste mesmo padrão podemos encontrar outros artesãos nas redes sociais, tais como Martelo, Flávia, Sentinela, Cateto etc. Que, dependendo do gosto e disponibilidade financeira, formam um leque bastante amplo de opções.

Cabe aqui um gigantesco parêntese: Não posso jamais deixar de citar os maravilhosos Angiquinhos do Giba, que variam de R$ 120 até um Bitcoin, que ainda que possa ser considerado um cachimbo que beira o ideal durante a fumada (e não é exagero), são considerados atualmente um investimento de longo prazo, e possivelmente valerão milhões após o fim da humanidade quando uma nova civilização encontrar nossos rastros em alguma escavação arqueológica.

Na mesma faixa de custo que os nacionais em briar, encontramos importados de absoluta qualidade em bom estado, tal como carros seminovos, os ditos cachimbos “state”. Se você não quiser arriscar a compra destes no E-Bay, com medo que seja fruto de roubo em algum cemitério, temos muitos fornecedores, como o Alexandre, o Perito dos Cachimos, o Paulo Santiago, o Vitor Naddeo…

A compra deste tipo de produto, especialmente quando orientada, é sempre certa, pois é improvável achar um Savinelli, um Peterson, um Comoy ou algo do tipo com erro de furação, defeito de fabricação e afins, ainda que até ocorra muito raramente.

O que acontece com este tipo de cachimbo é que,eventualmente, o vendedor pode fornecer uma peça com a piteira mordida ou “tenon” quebrado, folgado ou muito apertado, com briar trincado, ou mesmo, tão impregnado de sujeira que precisará passar pelas mãos de um restaurador. Comparando novamente, é como comprar carro usado baseado em algumas fotos, ou seja, há que se tomar cuidado e eventualmente estar preparado para dar um trato na nova aquisição.

Logo, em geral, a compra de cachimbos importados state, especialmente quando comprados com um vendedor de sua confiança, é a melhor opção nesta faixa de preço, caso, é claro, você não se incomode que outra “lingua já tenhalambido a boquilha”…

Todavia, é importante destacar que um cachimbo ruim com tabaco bom eventualmente funciona, mas nunca o contrário. E neste caso, gastar em torno de R$ 80 mais frete em uma lata de tabaco bom é basicamente um pré-requisito para saber de fato o que é uma boa fumada. E não tem milagre, esse é outro fato concreto.

Se você se contenta com industriais nacionais ou mesmo tabacos em corda, parabéns, mas esta não é a proposta deste texto.

Aqui quero mostrar que o valor gasto com um Dunhill, um Cornell and Diehl, Mcclelland, Sutliff ou outro tabaco deste padrão nunca é dinheiro posto fora. Sua língua vai agradecer, pois o mínimo que se espera de um tabaco, e que os nacionais industrializados infelizmente esquecem, é que ao final da fumada não se tenha uma queimadura de segundo grau que vai arder por horas ou até dias.

Ainda que em lojas e tabacarias oficiais estes tabacos partam dos R$ 120 a R$ 150, encontramos sites variados e confrades que trazem pra nós a um custo aceitável. Além da Tabacosbr que já mencionei, poderia citar a Cheiro de Fumo e o Paulo Santiago.

Claro que há sempre a opção de visitar lojas como a www.4noggins.com e a www.cupojoes.com e trazer você mesmo suas latas, a um custo aproximado de U$ 10 a lata. Mas, claro, com a ciência dos problemas que poderá arranjar junto aos órgãos fiscalizadores como a Anvisa e a Receita Federal.

Contudo, o que vale é a experiência de saber o que é uma verdadeira cachimbada, e assim como um bom sommelierbusca os melhores vinhos, se o seu bolso permitir, buscar sempre o tabaco perfeito é quase uma compulsão por quem é “mordido” pelo cachimbo pela primeira vez.

Apenas para fazer uma comparação: se um fumante consumir um maço de cigarros por dia, a R$ 10 cada; ao final de um mês terá gasto o suficiente para comprar praticamente 3 latas de tabaco importado, com frete e tudo, comprado em um fornecedor conhecido, e lhes garanto, com muito menos dano a saúde e muito mais satisfação.

Por fim, e deixando os artigos ditos de luxo de lado, tal como cachimbos de merchaum, peças importadas novas e de séries especiais, artesãos internacionais e tabacos envelhecidos, cabe ressaltar que não é recomendado a um piloto inexperiente ter como primeiro carro uma Ferrari. Digo isto, pois toda esta prosopopeia posta aqui de nada serve se o cachimbeiro não se dedicar um pouquinho a aprender as certas regras, pois só estará colocando dinheiro fora, ainda que compre o melhor dos mundos.

Aprender a fumar, assunto para outro texto, é fundamental para uma boa experiência, e ela, a sua experiência, com o tempo, vai ensinar qual produto que mais lhe atende, qual tabaco serve, qual não.

Resumindo, o dinheiro que vai precisar para seu cachimbo é diretamente proporcional ao quanto está disposto a gastar, ainda que se possa gastar menos aproveitando mais.

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